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Tristeza sem fim: mortes no trânsito sobem, em média, 30% nos feriados prolongados

Escrito por Maio Amarelo

09 FEV 2018 - 13H07

Os feriados prolongados deveriam ser momentos de alegria e diversão, de descansar, viajar e curtir, mas, infelizmente, são de tristeza para as famílias e amigos das vítimas fatais do trânsito. Isso porque há um crescimento de até 30% no número de acidentes de trânsito com óbito em feriados prolongados, segundo dados levantados pelo setor de Estatísticas do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária. Com mais veículos circulando, além da combinação do uso de bebidas alcoólicas, excesso de velocidade, ultrapassagens em locais proibidos, desatenção e atos imprudentes, os acidentes acontecem com mais frequência. Somente em 2018 serão, pelo menos, 8 feriados prolongados.

Somente no Carnaval de 2015, última referência de dados de acidentes com óbitos disponibilizados pelo Sistema Datasul, foram computadas 770 mortes nos seis dias de folia (de sexta-feira a quarta-feira de Cinzas), o que significa 128,34 mortes por dia. Esse número supera em 27% a média anual de óbitos em dias comuns.

Durante o Carnaval de 2014 foram registadas 143 mortes por dia do feriado, somando ao todo 858 mortes no período, ou seja 31,1% mais mortes por acidentes de trânsito. Em 2014 foram computadas, em média, 109,1 óbitos por dia comum no ano.

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Tristeza, por favor vai embora

As altas estatísticas de mortos no trânsito durante o Carnaval devem se repetir em 2018, já que a imprudência entre os motoristas prevalece, atrelada à combinação do uso de bebida alcoólica e direção.

A grande causa de acidentes nessa época do ano que o Brasil tem o seu primeiro feriado prolongado é, justamente, a combinação de álcool e a condução de veículos. Ainda que os dados estatísticos não sejam consistentes o bastante, já que nem sempre há o registro correto em boletim de ocorrência quanto às causas de acidentes, há de afirmar que a embriaguez ao volante é um dos principais fatores que elevam os índices de mortalidade.

Triste madrugada foi aquela

Dirigir e beber está entre os cinco principais fatores de risco para a mortalidade no trânsito brasileiro. Ainda que o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) tenha endurecido as penas e punições para quem comete essa infração, muita gente opta por se arriscar na imprudência, colocar-se em situação perigosa e, pior, colocar a vida de outras pessoas em risco. De acordo com o Denatran, de cada motorista flagrado alcoolizado outros cem beberam antes de dirigir.

“Quando você bebe e pega o volante está assumindo o risco de matar deve ser tratado como criminoso e deve sofrer as consequências e penalidades por isso”, destaca José Aurelio Ramalho, diretor-presidente do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária.

Dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal) revelam, igualmente, que o número de condutores flagrados por ter ingerido bebida alcoólica e dirigir também aumentou em boa parte do país. Em 2015 mais de 40 mil pessoas foram flagradas pela PRF dirigindo embriagadas. Em 2016, até junho, foram 14,2 mil, segundo aponta levantamento realizado pela corporação.

Ainda segundo dados levantados pelo setor de Estatísticas do OBSERVATÓRIO, os homens são os que mais se envolvem nesse tipo de acidente, já que 20% admitem beber e dirigir e tem entre 25 e 34 anos. Porém a realidade aponta que esse número é bem maior.

 

Se você pensa que cachaça é água

De acordo com o CTB, a penalidade para quem dirige embriagado é de R$ 2.934,70. Outra penalidade prevista é a suspensão do direito de dirigir pelos próximos 12 meses. No caso de reincidência em menos de um ano, a multa será dobrada, chegando a R$ 5.869,40. Será enquadrado por crime o motorista que for flagrado conduzindo veículos com índice de álcool no sangue superior a 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expelido ou 6 decigramas por litro de sangue. A pena de detenção pode variar de seis meses a três anos, multa e suspensão da carteira de motorista ou proibição permanente de obter a habilitação.

 

Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu

Não existem, segundo o OBSERVATÓRIO, alternativas que minimizem os efeitos do álcool no organismo. De acordo com a entidade, comer, tomar café ou banho, apontados por muitas pessoas como saídas para aliviar esses efeitos, não passam de simples mitos.

Assim como para os motoristas, ingerir doses excessivas de bebidas alcoólicas traz riscos também para os pedestres, uma vez que perdem reflexos, noção de tempo e de distância, podendo ser vítimas de atropelamento (ou até mesmo causa de acidentes).

“A única alternativa para quem deseja beber é voltar para casa de taxi ou de carona com quem não bebeu”, reforça Ramalho.

A programação, muitas vezes extensa, das festividades de Carnaval pode produzir também sono e cansaço. A combinação sono/cansaço/direção, assinala o OBSERVATÓRIO é causa de 50% dos acidentes nas rodovias.

“Qualquer morte no trânsito é inadmissível seja por qual motivo for. Este quadro de doença, de epidemia, vivido no trânsito brasileiro tem de ser revertido. E a mudança começa em cada um de nós, que não devemos dirigir se bebermos, nem usar o celular para ligações ou troca de mensagens de texto quando estivermos ao volante”, pondera Ramalho. "E além da já perigosa combinação de álcool e direção, temos também que destacar ainda que muitos condutores bebem e dirigem e, posteriormente, também manuseiam o telefone celular. Ou seja, uma conduta extremamente perigosa acaba se juntando a outra. Portanto, se divirta, aproveite o Carnaval, mas na hora de dirigir, nada de juntar bebida e direção e, menos ainda, utilizar o celular", completa.

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